Thursday, November 24, 2005

É Natal!?...


Também é Natal na Praça do Município


Há muito que as montras se vestiram de vermelho e branco. Qualquer loja que se preze tem as prateleiras repletas de motivos natalícios, ora é o pai natal, ora o anjinho, ora a rena, ora um palhaço qualquer com um gorro vermelho enfiado na cabeça. Na minha magazine, acabamos de fechar a edição de Natal. No intervalo das novelas e reality shows, voltaram as barbies, os action mans e as bratz, que fazem as delícias dos mais pequenos que nunca ouviram falar na lengalenga do coelhinho que foi com o "pai natal e o palhaço no comboio ao circo". Na capital fez-se luz e a baixa está inundada de luzinhas azuis, brancas e vermelhas, pequeninas para quem fica com dores de pescoço depois de passar horas a contemplar a árvore plantada no Terreiro do Paço (e que consegue a proeza de fazer com que os lisboetas se esqueçam de apitar quando o sinal passa para verde e o carro da frente não arranca imediatamente). Tudo isto seria perfeitamente normal em Dezembro. Mas ainda ninguém reparou que estamos em Novembro? Eu sei, espírito natalício n é o meu forte :s

Tuesday, November 01, 2005

Thank you!

De fazer chorar as pedras da calçada diz a A. De cortar os pulsos diz a L. Pois eu defino a música de Antony and the Johnsons como hipnótica. Numa manhã chuvosa, ia eu a conduzir pela 24 de Julho até que começa a tocar na Radar o Forgive Me. Os acordes, misturados com o céu carregado de nuvens, tornaram aquele momento em algo que ainda hoje recordo como especial. E ontem, no Coliseu, não há muitas palavras para descrever aqueles instantes em que uma voz sublime conseguiu cativar o público presente. O homem tem um instrumento vocal único, que acompanhado por violinos e violoncelo ainda se torna mais poderoso. Acho que estive com um sorriso nos lábios de princípio ao fim, feliz por estar a testemunhar aquele momento. No fim, o E confessou que por vontade dele estava ali a noite toda a ouvi-lo. Senti precisamente o mesmo, que podia estar ali sentada horas a escutar o vencedor do Mercury Prize sem sentir uma pontinha de depressão, uma palavra utilizada várias vezes para descrever o seu tipo de música. É claro que não é a mais alegre do mundo, dificilmente alguém se levanta da cadeira e começa a dançar. Mas são sons que embalam a alma, que aconchegam o coração. Foi um belo momento.

Banda sonora: My Lady Story (a pensar no Forgive Me)

PS: O título é uma pequena private joke para quem teve o privilégio de assistir ao espectáculo :)